Abri a caixa lentamente, aqueles furos que ela continha me fazia perguntar o que haveria ali, olhei para minha mãe por um momento e abri. Um animalzinho, que criatura mais fofa. Um cachorrinho Labrador.
Sempre quis ter um animal de estimação mas meus pais sempre disseram "Estamos ocupados de mais para cuidar de animais pela casa, ainda mais que você ainda é criança e não conseguiria cuidar sozinha, além de que eles iriam fazer suas necessidades para todos os cantos da casa e você seria obrigada a lavar tudo enquanto eles olham para você com cara de 'Me Ame' e depois de uns dias fazem a mesma coisa além de também destruírem seus sapatos e roupas, como adolescentes rebeldes testando sua paciência, blá, blá, blá.".
Emilly: Detalhe, ele é treinado, não vai fazer suas necessidades pela casa, nem comer suas roupas e nem será como um adolescente rebelde.- Fez careta ao olhar para o pequeno "Sem Nome" pulando no meu colo lambando meu rosto.
Julie: Quantos anos, meses...- Perguntei curiosa mas sorrindo ao ver a felicidade do filhote.
Emilly: 7 meses.- Disse ela e pegou a caixa de meu colo e saiu do quarto. - Ah, qual será o nome?- Apareceu ela novamente na porta.
Julie: Não sei, vou pensar até hoje ainda.- Acariciei a cabeça do pequeno "sem nome".
Procurei por onde coloca-lo para que pudesse voltar a dormir e achei ali, minha mãe pensou em tudo, um pequeno castelinho com um colchão dentro. Bonitinho, mas é rosa, não duvido nada que foi escolha da Tay.
Soltei o pequeno Bunny (acho que já decidi vai ser Bunny) no chão e ele meio atrapalhado e sonolento entrou na sua casinha. Mas espera, eu nem sei se é fêmea ou macho. Mas o nome é tanto unisex, "O Bunny, A Bunny" dá no mesmo. Estou com sono demais para olhar isso, só sinto meus olhos pesarem e eu dormir.
No mesmo dia, mas horas depois.
Acordei com a Lucy e Mike pulando sobre mim. Cantando a música de sempre, puxando o cobertor, o travesseiro, o lençol, minhas meias. Fazendo tudo para me acordar, bem, conseguiram no momento que ME BALANÇARAM. Tô calma, somente porque hoje é meu aniversário.
Lucy: Vamos, acorda, Party Rock, Pooh Party na casa do Mike.
Julie: Mas eu tô gorda, gorda, gorda, gorda, goorda.- Cantarolava me colocando para baixo,
Lucy: SHUT UP BITCH! Levanta logo desta merda, tu não é gorda, é gostosa, virava lésbica por você.
Julie: MIKE! Segura a xana dessa sua namorada, oxê, nunca vi isso!- Corri para o banheiro e tentei achar que estava magra.
Bem eu perdi 10 quilos, mas nem foi lá tanta coisa. Vesti uma roupa "super larga" segundo a Lucy e ela me mandou vestir outra, que "na-na-ni-na-não que vai passar o seu aniversário com essas roupas" e então, prevenida como sempre pegou da sua mochila uma roupa dela.
Julie: Mas não vai servir!- Protestei tentando me livrar das roupas curtas.
Lucy: Vai logo!- Me empurrou para o banheiro e me fez trocar de roupa.
Me troquei e até que não ficou tão horrível, mentira ficou sim, o shorts parecia que prendia minha circulação, estava quase no útero (exagero, que nada) e mostrava todos os defeitos da minha pele. Inclusive as cicatrizes, ah cicatrizes, me marcaram por minha eternidade, a parte do corpo que mas tenho vergonha, me arrependo seriamente de ter me estragado assim. Na verdade nunca fui diagnosticada com depressão, mas creio que tenho. Mas se não tiver? Bem isso é algo do qual teria que levar como uma bomba, eu digo ter ta doença tenebrosa mas nunca passei por exames psicológicos que comprovassem isto em mim, arrependimento? Talvez, mas isso já não poderia ter sido voltado a trás, convivência com o monstro interior que eu alimentei, agora isso é para a vida, não posso voltar a trás nem se inventasse tal tecnologia de máquinas do tempo. Minhas memórias são reais máquinas do tempo, onde não posso estar presente, mas mato saudade do que poderia ter aproveitado, e que anos seguinte seria esquecido e relembrado por curiosos.
Tá, melhor parar com toda essa lamentação e focar no Look, que confesso que ficou bonito. Lucy deveria ser uma Stylist de auto-renome mundial, sério sempre confiei em seus looks, mas se bem que ele nunca, nunca poderia tocar nos meus preciosos moletons, never, nem em um milhão de anos.
Sai do baneiro, insegura, meu corpo não era o estrutural de uma top model, nunca seria chamada para desfiles da Victoria Secret's, não seria elogiada por estilistas como Louis Vutton, Cristian Sirililo, nem tenho pés bonitos o suficiente para desfilar com sapatos de Derek Lam, mas dá para levar.
Mike me olhava de modo um tanto incomodador, me encarava, quer dizer, encarava minhas coxas, Lucy zombava com cara de "que orgulho".
Julie: Dá para pararem de olhar e começar logo a falar sobre o que acharam.- Disse já irritada com 5 minutos de encaração.
Lucy: Mike?- Disse ela como uma apresentadora de reality show com as mãos fechadas apontadas para ele, uma improvisação de microfone.- O que achou de Julie vestida de tal modo como uma brasileira carioca. Bunda, coxa, peitos, um corpo lindo, nada siliconado.
Mike: Então, trocarei de namorada sabe...- Levantou da cama e me abraçou por trás fazendo Lucy o fuzilar com os olhos.
Lucy: Tá eu sei que sou demais.- Se gabou.- Agora solte minha amiga, vadio.
Mike: Calma amorzinho.
Lucy: Não me venha com isso de amorzinho.
Julie: Se ferrou Mike.- Ria apontando para seu rosto.- Lucy se acalme. E Mike vem cá seu lindo, se ela não te quer eu quero.- Abracei o e ele fazia caretas para ela.
Lucy: Então, vamos para o shopping logo ou oque?- Disse ela sorrindo amarelo e de dentes serrados.
Mike&Julie: Vamos.- Disseram ambos animados.
Ficou uma bosta né, eu sei,
Uma história sem nem um conflito.
Querem ação?
Darei ação.
Tá na hora de colocar probleminhas na vida de Julie.
Estão prontas?
Esperem por novidades.
h3h3h3h3h
XxLety
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